Pov de Taylor

 

  

Eu não aguentava mais minha família me infernizando por causa de Tâmy, então o único jeito pra eu ter um pouco de paz foi sair de casa e viver essa vida de merda ao lado dela. Eu faria de sua vida um inferno, do mesmo modo que ela fez e continua fazendo da minha.

  

Eu estava sapiando pelo Instagram e vendo algumas fotos de Jully, a cada dia que passa ela está mais perfeita, se é que isso é possível. Já fazia algum tempo que eu estava ali me torturando quando comecei a ouvir a voz irritante de Tâmy, então sem responder nada, apenas sai do quarto.

 

A tensão pairava no ar como uma sombra opressora na nossa casa. O nosso relacionamento, outrora cheio de risos e promessas, havia se transformado em um labirinto de distância e desentendimentos.

  

Tâmy tentou falar comigo, buscando desesperadamente uma conexão que parecia cada vez mais elusiva. Eu evitava seus olhares, desviava das conversas e, por vezes, até mesmo saía do ambiente quando ela começava a falar.

 

Uma noite, depois de mais uma tentativa frustrada de se comunicar, Tâmy me seguiu, para tentar entender o motivo de tanta amargura, até que sinto meu celular sendo puxado da minha mão.

  

 

_ Você está ignorando nosso casamento para olhar fotos da sua ex? - Ela perguntou, a voz embargada pela mistura de mágoa e irritação.

 

  

Me surpreendi pela confrontação, tentei desviar o olhar, mas Tâmy não permitiu. Uma discussão acalorada se seguiu, expondo as feridas que se acumulavam entre nós. No meio da troca de palavras acaloradas, Tâmy começou a se sentir mal.

 

As dores intensificaram-se, e ela agarrou-se à beirada de uma mesa para se sustentar. A expressão de preocupação cruzou o meu rosto, quando percebi que algo não estava certo. Em um momento de pânico, eu deixei de lado as diferenças e a levei às pressas para o hospital.

  

Na sala de espera, confrontei a própria negligência. O medo de perder o meu filho fez com que eu encarasse a realidade da situação. A notícia de que ela poderia estar perdendo o bebê trouxe um turbilhão de emoções, por mais que eu não gostasse dela, a criança não tinha nada haver com os nossos problemas, mas nada me preparou para o momento em que vi o pequeno ser na tela da ultrassonografia.

 

 Ali, naquele instante, vi pela primeira vez o rosto minúsculo de meu filho. Uma onda de emoção me atingiu, e por um breve momento, me vi maravilhado pela criação da vida. As lágrimas que segurei por tanto tempo finalmente encontraram o caminho.

  

A experiência da primeira ultrassonografia abriu uma janela de oportunidade para eu reavaliar minhas prioridades. A relação complicada entre nós ainda estava longe de ser perfeita, mas aquele vislumbre do futuro me fez perceber que algo precisava mudar. Era o começo de uma jornada incerta, mas a imagem daquele pequeno coração batendo forte deixou uma marca indelével em minha alma.

 


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